As estações – Parte 2

•August 1, 2009 • 2 Comments

A primavera

Tinha sido tão natural o desenvolvimento de suas relações quanto o florescimento proporcionado pela natureza das árvores e flores e por algum tempo tudo aquilo seguia um ritmo alucinante, cada vez mais sintonizado, idéias e conversas enchendo todas as suas preocupações e vontades abrindo espaço para paixão e desejo.

Tudo ia aos conformes e por algum tempo os papéis ainda tinham os seus valores, mas para ele algo estava faltando, pois ele havia de certa forma se envolvido com ela e como vocês sabem ela estava comprometida; nessa idade e com os nervos a flor da pele somada pela intimidade criada em tão pouco tempo foi fácil de ela perceber e muito mais fácil dele demonstrar e ali eles ficavam planejando, se cutucando e ainda mais, alimentando esse sentimento. Situações eram imaginadas e uma delas ficaria marcada para sempre na memória dele onde ela dizia que aquela grade perto de suas casas era o local perfeito para o primeiro beijo, onde eles estariam abraçados com aquele apertar forte sentindo suas respirações, tão colados como jamais estiveram e ela passearia seus lábios do seu queixo até sua orelha e por fim diria “Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento”.

E nesse movimento retilíneo desuniforme a primavera deu espaço ao verão.

Tempo quente e de privações, pois eles de certa forma se queriam e não podiam, era algo que ele não queria forçar e algo que ela não queria entender, tudo continuava na mesma, as mesmas conversas, os mesmos passeios e o verão passou despercebido a não ser por um passeio no clube onde ela estaria a ler ‘Lolita’ enquanto ele nadava, suas peles quentes devido ao sol eletrificavam o local enquanto olhares provocativos e sorrisos sugestivos compunham o enredo. Ao final daquele dia sem querer ou por querer na hora de se despedirem um beijo de canto de boca aconteceu e marcou novamente mais uma estação. Os meses continuaram a passar e eles se afastaram um pouco, pois ele também começaria a namorar.

O Outono

As folhas secaram e voariam para outra direção assim como o namoro dela, enquanto ele permanecia com sua outra menina, naquela época o tempo era sem frio e sem calor, assim como a relação deles que parecia que finalmente havia se distanciado exceto por algumas noites de conversa ou algumas tardes em que ele passava em sua casa por volta de dez ou quinze minutos. Mas assim como o tempo esfriava a relação deles o namoro do rapaz acabou por terminar. Era uma notícia boa, mas não se pode ir com muita sede ao pote e as semanas passaram com eles reatando deixando tudo como era na época de primavera.

Até que em uma noite gelada onde o outono era deixado para trás para deixar entrar o inverno nada poderia ter sido mais quente, em um quarto fechado, com as mãos dele por trás dos cabelos dela, ela finalmente a puxou, sentiu a vibração, sentiu o calor dos corpos juntos e a beijou e aquele beijo foi muito mais do que ele esperava.

Posfácio

E o tempo passou, e hoje ela de um lado e ele de outro relembram em breves momentos de um tempo que não volta, mas que não será esquecido, não existe final feliz e sim momentos felizes que podem ou não ter valido a pena. E eu chuto categoricamente; esse valeu.

As estações – Parte 1

•July 28, 2009 • Leave a Comment

Como pode uma bolinha de papel com letras de canetinha azul ser tão doce?

O inverno

Novo! Ele ainda era novo quando subia aquela rua pela milésima vez, o vento batia de forma cortante, era julho e o inverno já dava as caras mas quem se importava com ele no período de férias e com o seu skate na mão? Aquele já era um bairro bem conhecido pois ele já havia passado bastante tempo entre as calçadas e o asfalto se divertindo, correndo, brigando e a fome era quem ditava a hora de voltar para casa mas naquele dia coincididamente a fome era do café da tarde e assim que chegou na parte plana da rua mergulhou o instrumento no chão e remou, remou, concentrado nas passadas e nas pedrinhas no chão (Ele já tinha caido várias vezes por causa delas e infelizmente rendiam bons joelhos ralados).

Casas grandes e um verde ao seu lado esquerdo, era uma paisagem típica e de um charme viciante mas dessa vez outro charme tinha lhe convidado a grudar os olhos, ela tinha o corpo esguio e postura delicada com lábios chamativos e olhos grandes, daqueles que parecem enxergar tudo, e sim, havia um menino junto a sua porta. É divertido imaginar que em questão de 1 ou 2 segundos ele conseguiu ter toda essa imagem enquanto seu pé saiu e voltou ao chão uma única vez. Ao chegar a esquina desceu para sua casa e intrigado não a viu por mais um bom tempo.

O tempo havia passado e a vontade sumido, apesar que ela sempre o cutucava pois ao sair e entrar da sua própria casa ele sem querer já dava de cara com a dela e assim foram passando os dias, talvez semanas, o tempo é difícil de contar depois que você viveu ele, mas provavelmente pela soma de pequenas cutucadas nesse determinado intervalo de tempo surgiu-lhe talvez a idéia mais simples, mais primitiva, mas ao mesmo tempo original e criativa. Papéis! Papel esse que ele tiraria pela primeira vez de seu caderno ao sair da faculdade e ter permanecido parado ao lado do muro dela por um bom tempo. ‘O que eu escrevo? ‘

Oi tudo bem? Aqui é o seu vizinho.

E nesse momento papéis iam a qualquer hora e em todas as quantidades,  dois ou três de cada vez em dias de chuva, em dias de sol, durante a tarde, durante a noite, seguindo o ímpeto daquele garoto que ao jogar os papelzinhos sentia frio na barriga com medo mas também esperando que ela o visse pela sua janela naquele momento.

Eram dias felizes em que a simplicidade invadia o dia dela, pois ela também os esperava todos os dias, abria sua janela e ao ir dar comida aos seus cachorros colhia seus preciosos recados, eram pequenos mas davam um carinho especial e diferente, uma atenção caprichosa e mimadora.

Meses haviam passado, e eles se comunicavam cada vez mais, ele com seus papéis e ela com os recados virtuais, a amizade crescia e tudo era novo, tudo era brilhante e chamativo, horas de madrugada com conversas filosóficas e porcarias ao relento, eles haviam se conquistado finalmente. Enfim ela num dia pensativo e empolgado escreveu aquele que seria o seu primeiro e último bilhete, ela não sabia disso, muito menos ele. E naquela tarde de final de semana ele encontrou aquele papelzinho que tanto anseiava.

Obrigada! Saudades de conversar com você. Te gosto, beijos.

E agora tinha início a Primavera.

Continua…

k3

•July 9, 2009 • 2 Comments

Romântico adjetivo de 9 letras do grego que provoca sentimentos ternos, uma pessoa sentimental e apaixonada, diz-se de quem nas idéias, no caráter ou no temperamento, revela algo de nobre, de leal, que o eleva acima do cotidiano, um amante romântico.

É algo lírico, poético, exaltado, arrebatador, apaixonante, sentimental, piegas e até meloso.

My bounty is as deep as the sea,
My love as deep; the more I give to thee,
The more I have, for both are infinite.

Uns dizem não existir, outros dizem que ainda permanece em algum lugar tal pessoa, há aqueles que falam que é um estilo de viver um modo de ver a vida, na verdade não é fácil de ver e muito menos easy de se viver.

É um galanteio profissional, é uma doação incrédula e um querer infinito, é de se sentir pequeno no meio das sensações, é parecer não caber dentro de ti tantos fluidos bons e converter isso tudo em respeito, lealdade, carinho e principalmente entendimento. É querer xingar e ao invés disso ouvir sorrindo, é querer abraçar e beijar mas estar sério e lacônico. É com pequenos atos saber a diferença entre querer bem e prender, é ser vigilante e ao mesmo tempo desligado, dar idéias boas sem querer passar que são boas e suas, é apertar sem machucar e morder sem marcar, falar sabendo que às vezes não é escutado, esperar por momentos que você sabe como serão e sentir falta deles antes mesmo deles acabarem.

É querer pensar nessa pessoa e demonstrar com palavras, manifestações artísticas,com beijos ou da melhor forma que você sabe o quanto ela é importante, é escrever e presentear, é mimar e desaconselhar, é saber a hora de ir e ainda mais de quando sumir, é ter em mente que tudo acaba alguma hora e você não faz disso um motivo para fazer menos, é estar acabando e ainda conseguir lembrar de bons momentos e sorrir, é acabar e ainda ter o coração aquecido quando a vê, é saber fazer tudo de novo quando na verdade você só queria não ter que sofrer novamente.

My heart is ever at your service.

Não existo e pretendo não existir, mas se você com essa voz doce me chamar irei me transformar;

E aos poucos existirei não por que você pediu, mas porque ao me chamar comecei a me apaixonar;

E quando estiver tudo prestes a sumir, talvez pensem que irei provavelmente acabar;

Mas agora que existo e pretendo não desaparecer, falo e escrevo sobre coisas que quero sempre lembrar.

One half of me is yours, the other half yours-
Mine own, I would say; but if mine, then yours,
And so all yours!

The jumper

•July 9, 2009 • Leave a Comment

Pular! Que seja uma vez, que sejam duas vezes! Mas pulem!

Agache, junte as forças nas pernas e dêem aquele impulso deixando o chão o mais longe possível, mas pule para frente, passe pelos buracos, passe pela grama, passe pela calçada, ou seja, vá em frente!

Às vezes eu penso em não pular, pois o mais confiável e certo hoje em dia é caminhar! Correr não concede tantos prazeres quanto caminhar, afinal de contas pra que ter pressa e fazer tudo tão rápido a ponto de esquecer depois? Caminhando você observa, entende, se encanta e aprende a gostar do que você vê. Ande sempre, pois tudo que você quer saber sobre você,  sobre as outras pessoas e sobre o tempo é de fácil percepção quando se está andando.

Sim, caminhar é realmente algo prazeroso, mas é lento, não dá emoção, e nem sempre você tem vontade de conhecer e entender tudo num processo tão lento, isso é algo para quando você está realmente disposto a fazer senão torna-se totalmente entediante.

Quando você está sobre tudo e consegue observar atrás e na frente fica fácil de saber por que é tão viciante, fica fácil entender porque tudo fica mais rápido e contagiante, claro que é algo para se fazer em tempos mais amenos e talvez requeira um pouco mais de preparo além de às vezes você sem querer se machucar ou machucar outra pessoa que você acertou nesse pulo.

É rápido, um pulo atrás do outro, adrenalina corre nas veias, bem estar total e sim, você realmente é capaz.

Do you feel my magic?

•June 25, 2009 • 4 Comments

Os dedos seguravam firmemente o baralho de modo que as cartas poderiam ser retiradas pelo topo de forma a serem mostradas ao telespectador, olhos penetrantes que absorviam todas as reações, reparavam e calculavam o momento certo do truque, mãos treinadas forçavam todos a acreditarem naquilo que ele queria acreditar, a lábia era inaudita e posteriormente ninguém perceberia o quão importante ela é para o truque, a parte mais difícil foi transposta, essa parte de riscos onde você pode ficar sem graça ao ser pego, ou mais sem graça ainda se errar, mas com você nada poderia dar errado, afinal de contas talvez você tenha o dom, talvez você realmente faça a mágica. A carta foi adivinhada, ou mudada, a cor não é mais a mesma, ou o número é o que eles pensavam, enfim vem o reconhecimento, os olhares abismados, a ovação! E aquele momento é responsável por todos os momentos de treino e aprendizado, por toda a concentração e esforço, pelo dom de ser o centro das atenções.

A mágica agora teria que ser diferente, teria que ser realizada para ele mesmo, tudo está confuso, misturado e bagunçado, os naipes passam diante dos seus olhos sem qualquer tipo de pudor, e o tentam, outros o repelem, mas o mais encantador se encontra escondido, longe, de difícil acesso, contribuindo para com o alto nível de dificuldade da mágica.

As cartas estão na mesa e pedindo para serem embaralhadas, mas de alguma forma elas sempre voltam ao mesmo lugar, e tudo que você tem a fazer é tentar de novo, tudo o que você tem que fazer é reconcentra-se, focar-se e lembrar onde você está e o que pretende fazer. Nessa hora já não me importo mais com qual naipe devo me preocupar, qual carta devo esperar, e qual número o destino vai soltar.

Esqueço-me do ambiente, e faço valer a concentração, faço cortes no baralho ao mesmo tempo em que corto pensamentos vagos, distribuo em montes o baralho embaralhado do mesmo jeito que divido meus anseios e os peso. E aqui entra o ponto chave, a questão maior, me envolvo de tal maneira no processo que ao mesmo tempo em que início o truque eu dou start na consciência e aqui me resolvo se faço o certo ou o errado, se passo a carta para cima ou baixo, se espero ou invisto se dou flips ou se marco com os olhos.

Daí para frente o processo não tem importância a não ser para um bom aprendiz, é nessa hora em que as coisas são tão complicadas, importantes e minuciosas que não há possibilidade de fazer devagar, não há tempo para pensar, não existe modo de parar, é nessa hora em que você faz ou não faz, e depois desse longo trabalho fico de pé com um ás de ouro na mão ouvindo elogios e vendo caras e bocas ao mesmo tempo em que sei que ao mesmo tempo que peguei a carta certa, escolhi o número perfeito, o processo impecável e o naipe do meu coração.

E sem perceber aqui eu realmente a fiz! Eis a minha mágica.

Fear

•June 13, 2009 • 5 Comments

O que nos prende afinal?

Até que ponto somos controlados pelas nossas próprias emoções e desafinamos relacionamentos devido aos nossos medos, pensamentos ou falta deles? Segundo alguns o medo, ou passados intensamente complicados contribuem generosamente no que diz respeito a lidar com novos relacionamentos, outros dizem que fortuitamente não há interferências futuras. O que há de comum nas duas linhas de raciocínio é que não importa o que aconteça e não importa sua situação, você controla suas ações, você domina seus pensamentos de uma maneira fácil ou difícil, mas os medos não te impedem, o passado não te prende, na verdade eles te servem como escudo, como desculpa para não fazer algo que é necessário, para não enfrentar situações, para se esconder.

Com o tempo venho aprendendo e vivendo, e é realmente você quem determina se você é feliz ou se quer ser, não se deposita a felicidade em outras pessoas mas sim em você, não se deve abrir e se doar pois pessoas que você conhece a 1 mês não são pessoas conhecidas, não se deve se levar pela imagem ou por pensamentos mas sim por fatos e atitudes, é aproveitar sem exagerar, é lidar sem mostrar, é controlar a você mesmo. Porque é diferente você acreditar e esperar algo de bom, porque todos temos algo de bom, todos podemos encontrar uma torre segura, mas se você é desse jeito terá a consciência tranquila de que fez o máximo, e quando tudo terminar você poderá estar contente por ter dado certo todo esse esforço, desanimado por não ter conseguido êxito, ou estar indiferente e olhar para aquela pessoa que você um dia sorria e que em um curto invervalo de tempo faz coisas que você realmente não esperava menos, não te surpreende e nem te decepciona.

Cultive os amigos, aproveite ao máximo a família, passeie com o seu cachorro, e se preocupe com suas prioridades, porque você não quer dor de cabeça na única coisa que não era pra te dar, pois bonito é você chegar de noite da faculdade todo cansado e ainda ter tempo pra pensar nela, bonito é receber mensagens a qualquer hora da noite e do dia, bonito é você receber aquela ligação sem compromisso, é você rir de bobeira, conversar sem dizer nada, é ter brigas durante o dia e quando ver a pessoa nem lembrar que passou por momentos ruins, e se isso tudo não vale a pena para jogar fora o medo, a insegurança, tenho o prazer de te apresentar a estranheza e a maluquice.

Acidez, julgamento, misturas de idéias, parte do plano estar em assegurar-se de que está certo antes de falar, mas quem não fala, quem não desabafa, quem não conta, se mata aos pouquinhos e quem se mata aos pouquinhos só endurece o coração, cria rugas, não vive e não ama.

Estrada

•June 6, 2009 • 11 Comments

Não sabia se voltaria, não sabia se chegaria e muito menos sabia se tinha escolhido o caminho certo, mas eu fui.

Ainda não sei se devo voltar, e muito menos sei se chegarei, logo não tenho a mínima noção se escolhi o caminho certo, mas estou indo.

Se vou sem saber nada é porque sinto tudo, pressinto e mais ainda, anseio. Durante a caminhada a estrada é vazia, poucas coisas vão comigo, levo minhas necessidades, levo minhas paixões, levo os momentos, a paisagem não é bela e pelo contrário, ela é seca e dura, tropeço e critico a estrada mal feita quando na verdade foi minha falta de atenção que me fez tropeçar, nada é reto e sim bem curvilíneo, não é plano, mas com altos e baixos, altos as vezes que me fazem ficar iludido e animado, baixos as vezes que me desanimam e me vendam, há pouca sombra, essa que me faz perder a camada de vicissitudes, pois com elas a caminhada ficaria bem mais maçante do que já é, abandono meu orgulho, jogo fora meu egoísmo e deixo de lado minha falta de paciência, procuro encontrar mimos no caminho, aquela água de coco, aquele sorvete, às vezes os acho e quando os encontro me delicio e fico feliz por horas, mas agora entendo que ficar sem eles por um tempo também me fazem bem, pois não teria graça comer sorvete o dia inteiro todo o dia, é bem melhor achá-lo ao acaso, ou recebido por quem se importa comigo quando estou sedento por ele.

Nesse ponto da viagem eu já estou mais leve mas não menos confuso, afinal de contas a confusão é uma companheira que nos acompanha sempre e nos ajuda a pensar, refletir e ter nossas próprias conclusões, conclusões essas que me mostram que cresci, que me fortifiquei, abandonei coisas inúteis e me delicio com coisas saudáveis, e chega a ser engraçado você estar nessa caminhada que ora está com alguém do seu lado, ora sozinho e por mais horrível que seja a chuva que te assola, o vento que te arrepia, você está sorrindo sem saber o porque, sorrindo sem perceber, sorrindo e rindo gostoso por perceber que você foi pego pensando nela e isso te confirma que não importa o quão difícil, o quão arriscado tudo é, vale a pena. E eu sigo em frente nessa estradinha marota sem destino com alguns objetivos, sempre ouvir o coração, deixar-se confundir as vezes, não tomar sorvetes com freqüência, e lutar para sempre sorrir e nunca se lamentar, levando você comigo no meu coração e em meus braços.

Agora já sei que não devo voltar, agora já sei aonde posso chegar, acho que escolhi o caminho certo, estou chegando…

This is it

•May 25, 2009 • 1 Comment

I mixed everything.

But I could separate them.

So I did what I had to do a long time ago

I did thee come on my way, joined on my life

And all the mixes now seems clearly and make me feel the best thing ever.

With my feet on the ground, with my mind in the sky, with the heart in your hands my soul claim for you.

And now I can write and sing again.

So all I really wanna is you

O prólogo

•May 7, 2009 • 3 Comments

E tudo parecia naquele momento se esclarecer, todas suas dúvidas tinham desaparecido e de uma maneira mágica toda sua procura tinha chego ao ponto chave, daquele ponto ele poderia seguir sozinho em direção aos seus sonhos e vontades sem que nada a não ser ele e sua chave realmente importassem. Seus olhos brilhavam, não pela cor clara deles, mas pelo sentimento de conquista, seus pés se mantiam firmes no chão, mas sua cabeça já estava voando em outros planos.
Era um misto de sensações, não se podia separar uma da outra, elas o faziam se sentir maravilhado com tudo, qualquer coisa ou qualquer lugar estava bom. Suas cordas vocais iniciaram a cantar livremente qualquer canção feliz. Seus pensamentos e tudo que ele imaginava era composto de versos, mãos vibrantes, coração disparado, felicidade constante, a alegria em um semblante.

É…ele a estava amando.

Mas o sentimento difere da sensação, o sentimento é alto a sensação baixa, e nesse pequeno espaço de tempo todo aquele amor não sumiu, mas se escondeu. Tudo parecia bem a princípio mas até onde iria continuar dessa maneira?
Ele já não mais cantava, agora ele não tinha mais vontade de falar, seus pensamentos em versos se dissiparam, ele já não poetizaria tão cedo, mas os pés no chão se mantiam de alguma forma firmes ali. Mas essa era a parte mais difícil, ele não imaginaria que fosse tão mais pesaroso continuar em sua postura nesse momento. Seu semblante não refletia o futuro e muito menos sorria, ele se mantia na sombra da interrogação com raios de talvez. Talvez esse que estampava seu coração, talvez esse que por mais fino que fosse era aquele que forçava seus pés a se manterem firmes, talvez esse que por mais delicado que fosse ainda era um talvez.
Talvez tudo se resolva rapidamente, talvez tudo perdure por tempos e tempos, talvez ele reencontre a música em sua voz, os versos em seu pensamento, talvez esse que pode por fim e acabar realmente com qualquer caminho, mas talvez que pode manter acesso o que ele ainda quer…Ela.
Preocupações e dúvidas voltaram, e o que tinha parecido se esclarecer escureceu, e o caminho mágico tinha sido por algum tempo bloqueado. Mas o ponto chave estava lá em algum lugar…
Tempos são difíceis quando as coisas não tem sentido, e ele permanecia fixo em sua jornada, era a hora de moldar suas vontades para quem sabe um dia receber aquela pequena de volta aos seus braços.

É…e ele ainda a estava amando.

1 versus 1

•May 1, 2009 • 2 Comments

O caminho certo sempre parece ser o mais limpo, claro, aquela estrada no meio do bosque com as árvores do mesmo tamanho naquele dia de céu azulado, tudo bem delineado, sem buracos ou quaisquer obstáculos na estrada, aquela imagem da perfeição a harmonia trabalhando de forma sublime e inexplicavelmente certa, ele não é dúbio, é um caminho que visualizamos de mão dupla, mas por ironia ou até mesmo por inocência cega, achamos ou temos em nosso íntimo que a mão de volta existe por existir, que apenas passam pessoas em um único sentido, o de ir em frente o de prosseguir… Imagem criada por sonhos, desejos e vontades que não passam de fantasias enfeitadas por doces e chicletinhos, fantasias essas que realmente cumprem seus papéis com entusiasmo e perfeição, elas que são incumbidas de bagunçar nossas mentes e nos fazem acreditar em coisas inacreditáveis. Ninguém vence sem lutar, ninguém ganha sem tentar, ninguém ama sem sofrer, premissas essas que mostram que o caminho certo é aquela estradinha desuniforme e heterogênea com buracos, barro e lombadas com armadilhas que ora nos prendem ora nos atrasa, caminho esse que nos condiciona e aprimora, se machucando, se esfolando e sentindo que estamos chegando ou estacionando e que finalmente faz com que sintamos que valeu a pena cada escorregão, cada privação, cada ferimento ao longo da caminhada, ao longo da viagem.

Engraçado pensar na conectividade. Existe a sorte, ou a habilidade, talvez sensibilidade, quiçá dom ou até mesmo a capacidade de captar os sentimentos dos outros. Creio que todos são assim, uns melhores outros nem tanto, alguns mais atentos outros menos receptivos. Você olha a pessoa na sua frente e percebe alguma alteração que ela quer demonstrar ou esconder. Isso é fácil, muitas pessoas ou até mesmo todas percebem isso, mas estar preocupado com o trabalho do panorama da avicultura de corte no estado de SP e do nada sentir-se envolvido e ao mesmo tempo sorrir (ou se angustiar) pensando naquela pessoa que te faz se esquecer qualquer coisa a qualquer momento e após 1-2 minutos receber mensagens dela no celular ou ter o seu telefone tocando é algo que te arrepia. Mas você estar sentado no escuro pensando como seria bom estar do lado dela e em pouco tempo você receber a notícia de que ela queria o mesmo naquele momento é algo que te faz gelar. E é interessante como nós sentimos o estado de nossos melhores amigos, nossos familiares, nossos amores apesar de toda a distância que podem os separar. As relações vão além do tocar, da distância, da fala, nos comunicamos também ao sentir, ao pensar, e claro que não é o ideal, mas faz parte de um todo e muitas vezes é o que sustenta e da força, o que te anima e o que difere. Não sei por que escrever, não sei por que escrevo, não tenho a mínima idéia do porque estar aqui desenvolvendo pensamentos, não sei do que falo e muito menos sei como vou terminar. É algo que corre, que passa do meu lado e agarro com minha caneta e caderno, é meu peito inflado, é o meu desejo contido, é a minha dúvida incentivadora. A confusão complica, mas a palavra ilumina e esse foi o meu jeito de dizer para mim mesmo sem saber o que queria dizer e que não serve tão só para mim, mas para todos. Se você está sofrendo um pouco, se machucando e com medo relaxe, esse é o indício de que você está no caminho certo. Se você sente alguém, e se sentiu os sentimentos que escrevi então possivelmente você tem uma conexão de algum tipo com alguém ou até comigo.

 

“E quando ele a sente, o futuro na hora se torna presente
Pois de alguma jeito ela está ao seu lado, nem que seja na mente
Antecipando por um instante o momento de sua chegada
Mãos , mordidas, cheiro, lábios, calor, essa hora tão esperada.”